
Passando as festas de fim de na sua cidade natal, Conceição do Araguaia, no Pará, Jobson confirmou o uso de cocaína, mas apenas uma vez, após a 36ª rodada do Brasileirão. Herói da vitória por 3 a 2 sobre o São Paulo, ao marcar o terceiro gol alvinegro no fim da partida, o jogador, que já tinha recebido o terceiro cartão amarelo, acabou expulso por tirar a camisa na comemoração. Suspenso automaticamente do duelo contra o Atlético-PR, no fim de semana seguinte, acabou, segundo ele, indo a uma festa em que fez uso pela primeira e única vez da droga.
- Fiquei empolgado com uma atriz. Não vou citar nomes porque não quero prejudicar ninguém. Estava fora do jogo e acabei usando, mas foi só aquela vez - diz Jobson, ciente de que não pode passar impune, mas também fazendo um apelo. - Lógico que eu tenho de ser punido, mas não como todos estão falando. Não tenho de ser expulso, banido, deixar de jogar futebol. A única coisa que eu sei fazer é jogar futebol.
A versão do atacante, no entanto, não bate com a data do primeiro exame, 8 de novembro. A partida diante do Furacão aconteceu no dia 22 do mesmo mês, ou seja, duas semanas depois. Assim, Jobson teria usado cocaína muito antes da festa que o próprio citou. Mas enquanto aguarda pela definição do futuro, ele se mostra arrependido diante da família (começou, em abril último, a construir uma casa para a sua mãe) e da primeira grande chance despediçada - o Cruzeiro havia acertado, junto ao Brasiliense, a compra de seus direitos econômicos. A direção da Raposa desistiu.
- Eu não fui o primeiro a errar, nem serei o último. Mas isso só me prejudicou. A negociação com o Cruzeiro deu para trás - lembra o jogador, que abre o sorriso ao falar da ajuda que passou a dar aos familiares. - Eles mesmos não esperavam por isso, mas é só o começo. Muita coisa ainda está por vir. Ainda tenho que terminar (a casa).
Entenda o caso
Jobson foi pego no exame antidoping realizado após a vitória por 2 a 0 do Botafogo sobre o Coritiba, no dia 8 de novembro, e o uso de cocaína acabou ratificado pela contraprova realizada pela Confederação Brasileira de Futebol. Sorteado para nova coleta, ao fim do jogo contra o Palmeiras, em 6 de dezembro, o atacante foi novamente pego por uso da substância proibida. O segundo teste para comprovar ou não mais um caso de doping, no entanto, não foi feito, uma vez que a CBF não fez a solicitação. Ele está suspenso preventivemente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por 30 dias, e o julgamento deverá ser marcado para janeiro.
O futuro do atacante, por enquanto, pode ser considerado uma incógnita. Aos 21 anos, ele pode ser banido do esporte, mas ao mesmo tempo pode pegar um gancho mais "leve": até quatro anos de suspensão. As leis mundiais antidoping preveem que um atleta seja banido do esporte se for condenado duas vezes por uso de substância proibida. No entanto, existe a possibilidade de a pena ser somente agravada, e assim Jobson poderia pegar uma suspensão de até quatro anos. Esta será linha de defesa traçada para o jogador, ou seja, que os dois casos sejam transformados em apenas um, acabando com o risco de reincidência.
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