Benicio Del Toro se transforma em lobisomem num filme com belos efeitos especiais e muito susto
No inicio foi assim!!! Lon Chaney Jr. parece não assustar tanto. Hoje, é considerado o clássico que firmou o lobisomem no cinema
“Quando a lua está cheia, a lenda ganha a vida”. Um homem de bem é mordido por um lobisomem. Apesar de saber que está ajudando a perpetuar uma maldição, a vidente cigana não se nega a salvar o pobre rapaz. O retorno de Lawrence Talbot (Benicio Del Toro) à casa do pai (Anthony Hopkins) teve um motivo nobre, mas um desfecho – mais do que trágico – cruel.
O Lobisomem, que estreia nesta sexta (12), é sombrio, dark, tenebroso. Há vísceras esparramadas pelo chão, cabeças arrancadas brutalmente, pernas e braços desmembrados e sangue, muito sangue. Os ataques da “besta” são ferozes, mordazes e certeiros. Aqueles de estômago sensível devem evitar os cinemas. Também há susto, muito susto. E uma incrível transformação de Del Toro em lobisomem, num passo-a-passo psicologicamente agressivo. Fiquei imaginando uma transformação como essa de verdade: deve doer pra valer.
Mas o tema central do filme é a fixação doentia de Sir John Talbot, o pai, pela figura feminina. E sua vingança sobre quem tenta inconscientemente separá-lo da(s) mulher(es) amada(s) – mesmo que essa pessoa seja seu filho. O filme não economiza nas explicações nem deixa que tudo seja resolvido no final. Isso é bom, porque trata o espectador como um par, não como um bobo. O longa não tem um fim inesperado, não quer enganar a plateia. O desfecho é do jeito que tem que ser, cruel e amaldiçoado como é a vida da família Talbot, até seu último suspiro. Há, também, uma quase-redenção pelo amor: a paixão entre Gwen, a bela Emily Blunt, e Lawrence.
O Lobisomem, dirigido por Joe Johston (Jurassic Park, Jumanji e Querida, encolhi as crianças), é uma refilmagem do filme homônimo de 1941, de George Waggner. Há algumas diferenças entre o roteiro de ambos. No filme original, a história se passa na década de 40; no novo, a trama volta para 1890. No primeiro longa, o monstro foi protagonizado por Lon Chaney Jr. sob máscara e maquiagem bem menos aterrorizantes do que as de Benicio Del Toro. Este, aliás, foi quem sugeriu fazer o remake – juntamente com seu empresário, Rick Yorn – e soube desenvolver bem o personagem, ainda que atrelado a efeitos especiais. Sir John não tem muita importância no filme de Waggner. Por outro lado, o papel de Hopkins, no auge de seus 72 anos, é peça-chave da nova história. A idade e os quilos a mais de quem se consagrou no cinema como o macabro Hannibal Lecter há 19 anos parecem somar. O pai, ora agradecendo a presença do filho, ora dando pequenos vislumbres de sua loucura, confunde um pouco. Irônico? Carinhoso? Sádico? O espectador descobre na metade do filme.
Confira, abaixo, uma galeria de imagens deste lobisomem atualizado, bombado e impossível de ser aniquilado – a não ser, é claro, pela ferida mortal de uma bala de prata penetrando seu coração. Afinal, o mito moderno do lobisomem não pode sucumbir às inovações tecnológicas e aos efeitos especiais. Estes só contribuem para que ele seja perpetuado; e com roupinha nova.
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