O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) deu nesta quarta-feira, 24, o primeiro sinal de que pode atender ao apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser candidato ao governo de São Paulo. Em reunião com parlamentares e dirigentes do PT, PSB, PC do B e PDT, Ciro disse estar disposto a concorrer ao Palácio do Planalto, mas ressalvou que pode entrar no páreo em São Paulo se Lula precisar de um palanque para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no maior colégio eleitoral do país.
"Eu estou decidido, mas só o tempo vai dizer se minha decisão (de ser candidato à sucessão de Lula) vai se manter ou se serviremos o País deslocando a candidatura para São Paulo", afirmou o deputado, que é ex-ministro da Integração Nacional. "De repente, o projeto nacional que o presidente Lula representa precisaria ter como uma engrenagem modesta que eu aceitasse esse desafio (disputar São Paulo). Nesse caso, a serviço do Brasil, a serviço dessa fração de São Paulo eu não titubearia em ir", acrescentou.
Pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta tirá-lo da disputa presidencial para garantir espaço à pré-candidata do PT Dilma Rousseff, Ciro mudou seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo no ano passado.
Na avaliação de Ciro, uma campanha polarizada desde o início entre Dilma, pré-candidata do PT à Presidência, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), favorece o tucano. É com o argumento de que só sua entrada na disputa pode levar a eleição para o segundo turno que Ciro prega esse cenário.
Ele avisou, no entanto, que não será "linha auxiliar" do Planalto se mantiver sua intenção de concorrer à Presidência. "Eu sou muito melhor do que qualquer outro candidato", insistiu. "A Dilma é extraordinária, mas não tem a história de 20 eleições que eu tenho."
Ciro vai conversar com Lula no dia 15 de março e ainda tem duas reuniões com o grupo de partidos que quer lançá-lo ao governo paulista, antes de dar a resposta final. Antes de deixar o encontro desta quarta, em Brasília, o deputado recomendou aos dirigentes partidários que contenham a ansiedade. "Precisamos olhar o quadro nacionalmente e botar um pouco de gelo nas veias", brincou.
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