
Há ainda quase 12 mil feridos na região de maioria tibetana
Centenas de corpos foram incinerados neste sábado (17) na Província chinesa de Qinghai (noroeste) para evitar a propagação de epidemias, três dias depois do terremoto que deixou 1.339 mortos e mais de 300 desaparecidos.
O último registro do tremor de terra nesta remota Província no noroeste da China aponta ainda para 11.849 feridos - 1.297 deles em estado grave - e 332 desaparecidos, indicou Xia Xueping, porta-voz das operações de socorro.
Os corpos de homens, mulheres e crianças foram levados em caminhões até o local da incineração, em Jiegu, próximo ao epicentro do sismo, e alinhados por monges budistas em uma faixa de 150 metros, sobre leitos de madeira.
Outras centenas de monges entoaram cantos fúnebres no local, próximo à cadeia de montanhas, nas imediações da cidade devastada pelo forte terremoto da última quarta-feira (14).
Depois de uma última benção budista, os corpos foram encharcados com gasolina e queimados. As grandes labaredas geraram uma espessa coluna de fumaça negra. Fale, uma mulher tibetana, afirmou:
- A cremação libertará seus espíritos para que possam ir para o céu.
O terremoto de Qinghai - Província natal do dalai-lama, líder espiritual do budismo tibetano - atingiu uma região povoada majoritariamente por chineses da etnia tibetana, que constituem 97% dos 100 mil habitantes de Yushu.
De acordo com o jornal Notícias de Pequim, que cita funcionários locais, 740 corpos seriam incinerados este sábado.
Para as autoridades, a maior preocupação é sanitária, pois há a preocupação com a propagação de doenças com a presença de corpos em decomposição.
O registro de vítimas pode aumentar, já que a esperança de encontrar sobreviventes diminui a cada hora.
Após a visita ao epicentro do terremoto do primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, na quinta-feira (15) e na sexta-feira (16), as equipes de resgate começaram a organizar a ajuda para os 100 mil afetados pelo tremor que não têm o que comer ou beber, em meio a condições climáticas difíceis, com temperaturas muito baixas.
A infraestrutura de Jiegu, principal cidade da região, ficou quase toda destruída. A rede de água potável ficou paralisada, segundo Xia Xueping, porta-voz dos socorristas.
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