A forma de prevenção já é conhecida por grande parte da população. Atitudes como não ter relações sexuais sem camisinha e não compartilhar seringas e agulhas são simples e podem evitar o contágio pelo vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Informações sobre a prevenção podem ser adquiridas através de diversos meios, inclusive a partir das campanhas realizadas permanentemente nos veículos de comunicação, entretanto o que se tem notado é o crescimento do número de casos da doença e a disseminação por quase todo o Estado.
Mapa elaborado pela gerência Executiva de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), revela que no ano de 2009, já existia pelo menos um portador do vírus HIV em 170 municípios do Estado. O que representa a existência da doença em 76,2% dos municípios paraibanos. Mostrando, inclusive, uma tendência para a interiorização da Aids, que antes se concentrava predominantemente nos maiores centros urbanos.
Conforme o gerente operacional de DST/Aids da SES, Ricardo Soares, os dados de 2010 ainda não estão consolidados, mas já é possível apontar que existe uma tendência crescente de casos de HIV no interior do Estado. “Percebemos que há uma tendência de interiorização dos casos. Além disto, não existe mais um grupo de risco para a Aids, têm crescido muito os casos entre as mulheres”, comentou.
Soares acredita que a interiorização é uma tendência nacional e está muito relacionada à falta de orientação. “São realizadas campanhas permanentes, mas muita gente ainda pensa que só homossexual que pega Aids. Todo mundo tem que se cuidar. Acontece também que muitas pessoas acreditam que aquilo nunca vai acontecer com elas. Acredito também que em muitos lugares ainda faltem informações sobre a doença e sobre o uso da camisinha, por isto nós estamos intensificando as ações de prevenção no interior. Muita gente que mora em cidades menores fica com vergonha de consultar o médico sobre o assunto porque acha que todo mundo vai ficar sabendo, mas o anonimato é garantido”, salientou.
Conforme o mapa elaborado pela SES, a maior concentração de casos está nas cidades de João Pessoa e Campina Grande, seguidas das cidades da zona metropolitana da capital. “Nos grandes centros urbanos o potencial de contágio da epidemia é maior, até porque há uma concentração maior de pessoas”, acredita o gerente operacional de DST/Aids.
Entre os anos de 1985 e agosto 2010, segundo dados levantados pela Gerência de DST/Aids, foram notificados mais de 3,5 mil casos da doença na Paraíba. Somente entre os anos de 2006 e agosto de 2010, foram notificados 1.024 casos, já apontando a tendência de crescimento da doença. Além disto, há também o aumento de casos entre as mulheres. Entre 1985 e 2006 foram 1.887 casos entre homens e 761 entre mulheres. De 2007 a 2010, foram registrados 340 novos casos de HIV entre mulheres e 578 novos casos entre os homens.
Para o tratamento de portadores do vírus HIV, em todo o Estado, existem sete hospitais de referência espalhados pelas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita. Além destes, segundo Ricardo Soares, estão sendo implantados hospitais de referência nos municípios de Patos e Bayeux. “Estamos trabalhando na intensificação da política de prevenção e investindo na construção de uma rede de referências para que o tratamento seja oferecido em todas as regiões do Estado”, destacou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário