Paquistaneses desesperados para sair de aldeias inundadas atiravam-se para se agarrar a helicópteros neste sábado, diante da expectativa de mais chuvas pesadas que devem intensificar o sofrimento da população. O presidente Asif Ali Zardari pode ter cometido o maior erro político de sua carreira ao sair para visitas a Paris e Londres durante as piores enchentes em 80 anos.
O desastre matou mais de 1,6 mil pessoas e afetou a vida de outras 12 milhões. A economia agrícola, altamente dependente de ajuda externa, sofreu um grande baque. Espera-se que mais chuvas fortes assolem o país, levantando a perspectiva de que mais casas e plantações serão devastadas.
Na cidade de Muzaffargarh, helicópteros do exército jogavam pacotes de arroz para as pessoas que foram para lugares mais altos. Alguns se agarraram aos patins dos helicópteros enquanto decolavam. Um homem idoso se esforçou para entrar em um. Ele olhou para baixo e chorou.
"As coisas estão piorando. Está chovendo novamente. Isso dificulta nosso trabalho", disse o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Amjad Jamal. Alguns paquistaneses afirmavam que sair de casa só traria mais incerteza. "Onde eu devo ir? Quem vai cuidar de mim e de minha família?" Eu estou bem na minha aldeia", afirmou Dur Mohammad, 70 anos, sentado ao lado de seu campo de arroz, inundado com a chuva, na província de Sindh.
Depois de uma explosão do dique de Sindh, em uma vila, as autoridades ordenaram que as pessoas deixassem o local e os soldados começaram a retirar as pessoas da área, informou um funcionário do distrito. O Brasil anunciou na sexta-feira ajuda ao Paquistão, por meio de contribuição de 500 mil dólares ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
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