13/02/2010

Soldados norte-americanos participam de megaofensiva na Província de Helmand, principal reduto taleban no Afeganistão

Dois militares da coalizão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) morreram neste sábado na grande operação das tropas internacionais contra os insurgentes do grupo islâmico radical Taleban lançada na noite de ontem na cidade de Marjah, na Província de Helmand, informa a agência de notícias Associated Press.

Os dois militares são as primeiras vítimas das forças de segurança na ofensiva, que deixou, segundo um general afegão, ao menos 20 militantes mortos e outros 11 presos.

Segundo comunicado da aliança atlântica, citado pela Associated Press, um dos militares morreu em um ataque com uma bomba de fabricação caseira e outro foi morto a ritos.

O documento não revela a nacionalidade dos militares. O jornal britânico "Times" diz, contudo, que o militar morto pela bomba era um britânico e que a bomba matou um marine dos Estados Unidos.

O porta-voz dos militares dos EUA, coronel Todd Vician, confirmou que os ataques ocorreram na Província de Helmand e que ambos as mortes estão relacionadas com a operação para acabar com o controle taleban na região.

Mais cedo, o general Sher Mohammad Zazai, comandante das tropas afegãs que participam da operação, aumentou de 5 para 20 o número de talebans mortos na ofensiva. "Até agora, matamos 20 combatentes da insurgência armada. Outros 11 foram presos", disse Zazai.

Segundo Zazai, as tropas encontraram rifles Kalashnikov, metralhadoras e granadas.

O porta-voz Qari Yousef Ahmadi, citado pela Associated Press, rejeitou como "exagerado" o balanço e disse que dois insurgentes morreram e outros dois ficaram feridos.

Por telefone, ele disse ainda que os militantes do Taleban ainda mantêm suas posições na cidade, reduto taleban de longa-data e parte de um cinturão de cultivo de papoula --utilizada para a fabricação de ópio-- responsável por boa parte da renda do grupo. As declarações contrariam relatos dos militares de que os talebans ofereceram "resistência mínima" à ofensiva, lançada na madrugada de sábado (noite desta sexta-feira em Brasília).

Vítimas

Também neste sábado, ao menos três militares americanos das tropas comandadas pela Otan morreram na explosão de uma bomba no sul do Afeganistão. Um comunicado da aliança atlântica não diz se as mortes estão relacionadas com a operação.

Separadamente, a Otan anunciou a morte de um soldado canadense após ficar gravemente ferido em um acidente em um treinamento de tiro, nesta sexta-feira, no nordeste de Kandahar.

A agência de notícias France Presse, que cita um oficial afegão, diz que um soldado norte-americano morreu e outros três ficaram feridos em um atentado suicida praticado contra seu comboio na periferia de Kandahar, 200 km a oeste de Marjah.

A ofensiva, que reúne cerca de 15 mil militares, foi anunciada como uma das maiores da guerra que começou há oito anos, após os ataques terroristas de 11 de Setembro, atribuídos à rede terrorista Al Qaeda, abrigada pelo Taleban.

Ela foi batizada de Mushtarak, que significa "juntos" no idioma local, pashtun, é é a primeira operação que conta com a participação das tropas afegãs no planejamento --resultado, segundo a Otan, do grande investimento em treinamento das forças locais.

O primeiro grande ataque desde que o presidente Barack Obama ordenou o envio de mais 30 mil para o Afeganistão, em dezembro, é o início de uma campanha para impor neste ano o controle do governo em áreas controladas pelos rebeldes, antes que as forças americanas comecem a se retirar gradualmente --em 2011, segundo os planos do Pentágono.

Cerca de 4.500 fuzileiros navais americanos, 1.500 soldados afegãos e 300 soldados americanos participam na ofensiva na região de Marjah, na Província de Helmand.

O plano foi anunciado há semanas, para alertar os civis de Marjah e conquistar seu apoio, e estimular talebans a depor armas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário