13/06/2010
Hacker suspeito de fraude não sabe ver hora do próprio relógio
Ao mesmo tempo em que é considerado um gênio por conseguir invadir diversos sistemas financeiros pela internet, o jovem João Sperandio Neto, de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, também é visto pela própria família como ingênuo e até burro. Ele é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público acusado de desviar milhões em dinheiro de bancos, empresas e universidades ao longo dos seus 24 anos de vida. Preso em São Paulo desde 3 de junho por suspeita de tentar extorquir uma instituição bancária com sede na Avenida Paulista, um dos mais perigosos hackers do país não sabe, por exemplo, ver as horas em um relógio com ponteiros.
Gênio e ingênuo
“Não sei explicar porquê, mas ele [Neto] não sabe ver horas de relógio de ponteiro”, afirmou a mãe do universitário, a vendedora Denise Aparecida de Almeida Sperandio. Por isso, seu filho prefere relógios digitais para saber da hora - algo que não terá no Centro de Detenção Provisória 4 de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista. Antes de ser detido, chegava a ficar 30 horas seguidas, em média, em frente ao computador. Ganhou o primeiro aos 12 anos de idade.
“Ele é um gênio, mas é um 'gênio burro'. Às vezes, acho que ele não é inteligente, mas apenas esperto. Ele sabe tudo de lógica, mas não sabe fazer outras coisas”, completou o pai dele, o empresário João Sperandio Júnior, de 48 anos. Em depoimento à polícia, Neto admitiu ter se infiltrado ilegalmente na rede de segurança do banco e obtido dados sigilosos de clientes, mas negou a extorsão. “Não estamos aqui falando de nenhum santinho, mas ele não é criminoso. É um moleque e é inocente desta acusação.”
“O indiciado (...) alega que pretendia apenas ser contratado profissionalmente e para tanto tratou de demonstrar, mesmo ilicitamente, a falha do sistema”, diz o boletim de ocorrência registrado pela Delegacia de Repressão a Delitos cometidos por Meios Eletrônicos do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic).
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